Moradores de Guarulhos estão apreensivos com a nova tarifa que a prefeitura passará a cobrar a partir de 2026 para a conservação de jazigos e ossários nos cemitérios municipais da cidade. Os novos valores vão variar de R$ 225,53 a R$ 676,59 por ano, de acordo com o espaço ocupado.

No Cemitério Necrópole do Campo Santo, Anderson da Silva Santos, técnico de TI, já paga R$ 500 anuais a uma empresa terceirizada pela manutenção do jazigo do avô. Agora, terá uma nova despesa.

“Além do que a gente já paga, é uma taxa de limpeza, uma taxa de meio ambiente, que pegou todo mundo de surpresa: uma taxa de 680 reais, se não me engano, para pagar anualmente. E uma pessoa que recebe um salário-mínimo e ainda tem que pagar uma taxa de 600 reais?! É muito difícil”, disse.


Segundo a prefeitura, a cobrança será chamada de tarifa de conservação, modernização e limpeza, como uma espécie de taxa de condomínio para as áreas comuns dos cemitérios. Até este ano, o custo era bancado com dinheiro do orçamento municipal.


O pagamento deverá ser feito até 10 de março de cada ano, e a estimativa é arrecadar cerca de R$ 2,5 milhões anuais.

Os valores serão os seguintes, a partir de 2026:

  • Nichos e columbários (ossários): R$ 225,53 (50 UFGs)
  • Jazigos: R$ 676,59 (150 UFGs)

Para a auditora Thaís Evia, que recentemente acompanhou a exumação do pai, o peso será ainda maior.

As regras para pedir gratuidade também mudaram: além de estar inscrito no CadÚnico, será necessário comprovar participação em programas sociais do município.

A medida foi anunciada no mesmo período em que a Câmara Municipal aprovou o aumento do ISS (Imposto sobre Serviços) para mais de 100 categorias. Quem pagava 2% passa a pagar 3%; de 3% sobe para 4%; e de 4% vai a 5%.

A gestão do prefeito Lucas Sanches (PL) alega que a mudança busca alinhar os tributos a cidades do mesmo porte e equilibrar as contas públicas.